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Cinema e Psicologia da Religião: Tropa de Elite X Paradise Now outubro 24, 2007

Posted by psicologiadareligiao in Cinema e Psicologia da Religião, Religião e Sociedade, René Girard, sacrifício, Sagrado.
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“Construir juntos” os infinitos sentidos “possíveis” no espaço da ilusão (que é o espaço de invenção da Arte, da Filosofia e da Religião, segundo Winnicott) tem sido a proposta desse blog Psicologia da Religião. Mas, por enquanto, apesar do número considerável de acessos, num período tão curto de tempo (menos de dois meses) pode-se dizer que ele tem sido mais objeto de consumo do que dispositivo de criação em comum. Este post é uma tentativa de abrir um espaço mais escancarado para um começo… (Quem sabe pelo viés da arte seja menos difícil?) .

Assim, a postagem de hoje solicita uma aproximação mais efetiva do leitor/a interessador/a no tema. Por favor, sinta-se à vontade para deixar aqui suas idéias, questionamentos, “associações livres”, tendo como ponto de partida dois filmes. TROPA DE ELITE – “MISSÃO DADA É MISSÃO CUMPRIDA”. Como o filme “está na moda”, quase “todo mundo” sabe do que se trata. O outro filme é: “PARADISE NOW”.

Paradise now

Diz a sinopse:

“Amigos de infância, os palestinos Khaled (Ali Suliman) e Said ( Kais Nashef) são recrutados para realizar um atentado suicida em Tel. Aviv. Eles são levados à fronteira com bombas presas ao corpo. A operação não ocorre como o palenjado e eles acabam se perdendo um do outro. Separados, Khaled e Said têm de enfrentar seu destino e as próprias convicções.”

Paradise now - 01

Paradise now - 04

Ambos os filmes mostram formas diferentes de violência, expressas em culturas diversas e por uma motivação bastante diversa. Ambos trazem elementos bem interessantes para uma reflexão sobre Psicologia, Religião, Psicologia da Religião… mas muito mais : ambos nos fazem pensar sobre a vida, sobre as nossas crenças e nossos ideais, as nossas motivações, o modo como enxergamos o outro, etc, etc…

Girard, em seu estudo sobre “A violência e o sagrado” afirma:

não há (…) violência que não possa ser descrita em termos de sacrifício” e se interroga: “por que ninguém se pergunta sobre as relações entre o sacrifício e a violência?” (Girard, 1990, p. 13, 14).

Se vc quiser ler um pouco mais sobre o estudo de Girard sobre a violência e o sagrado, acesse o texto: Girard e o Aprisionamento do Desejo”

Excelente o texto do prof.  Jurandir Freire Costa sobre Tropa de Elite e o Ano em que meus pais saíram de férias. O título do artigo é: “O ano em que daremos férias à tropa de elite”. Vc pode acessá-lo em: http://jfreirecosta.sites.uol.com.br/

Para ler a crítica de Régis Trigo, sobre Paradise Now, acesse aqui.

Sinta-se encorajado/a a deixar aqui suas reflexões. Vc pode fazê-lo clicando acima em “add a comment”.

Comentários»

1. Ezequiel Vieira - outubro 24, 2007

Rs. Várias vezes fiz apelo mais ou menos parecido com esse.

Até que resolvi contar vantagem – meu blog simplesmente é sem comentários… Esse parece ser um mal geral: muitos acessos, poucos comentários.

O Sítio do Sérgio Leo por exemplo, um dos blogs que sempre acesso, tem quase 400 acessos, nao visualizações, e, quando muito, tem uns 5 comentários – a variação é bem pequena. O Alon tem um texto enorme, às vezes pesado, e mesmo com comentários moderados tem várias intervenções

Talvez tenha aquela coisa tb, para blogs de estilo mais acadêmicos como o nosso, a pessoa lê todo o texto mas depois diz: “e agora, vou comentar o quê?. Bacana. Mandou muito bem? Comentar pra dizer isso?” Talvez haja alguma intimidação de ser censurado pelo “saber acadêmico” que tem mais validade socialmente como discurso de verdade. Enfim, hipóteses.

Acho que seria interessante ver quais outros blogues ou grupos de discussão (yahoo, google, msn etc) tem a mesma temática q a tua e começar a deixar tua marca por lá. Essa prática obedeceria ao q esse camara aqui sugere –

http://www.brpoint.net/arquivo/problogger/cuidado-para-nao-se-tornar-um-blogueiro-ilha-voce-pode-afundar.html

Até faria isso com mais empenho se tivesse net em casa. Na faculdade e, principalmente em estágio, nao dá pra ficar comentando ou blogando despreocupadamente.

Tropa de Elite? Acredita q ainda nao vi? Vou tomar vergonha na cara e tentar assistir nesse final de semana, mesmo que seja pra comentar “Vi e não gostei” ou alguma coisa parecida

té mais!

2. psicologiadareligiao - outubro 24, 2007

Oi, Ez,
Concordo com sua análise. Um aluno meu me disse algum tempo atrás, mais ou menos o mesmo. Disse que tinha “medo de dizer alguma bobagem”. Por outo lado, eu me pergunto se não teria tb alguma coisa a ver com nosso modo de existência contemporâneo, mais voltado para a prática do consumo do que da criação… Claro que há os que criam – e se singularizam – mas o número de consumidores parece ser bem maior.
Obrigada por ter deixado seu comentário, apesar de vc não ter visto o filme ainda. Mas sua reflexão tem a ver com o que se quer discutir aqui…
Um abraço

3. Samir Silva - janeiro 6, 2008

Olá,

Assisti apenas o tropa de elite e, ao meu lado assistiu tbém meu sobrinho de seis anos, que assistia pela segunda vez. Acho a preocupação se os filmes propagam a violência deveria ser a menor delas, sobre o próprio tema do filme, suas falas e expressões corporais agressivas aproveitei para brincar muito com meu sobrinho, toca-lo nas brincadeiras e tentar ajudá-lo a compreender a não agressão e sim a agressividade enquanto reatividade… entende? rssss Aproveitando a pauta pra conversar sobre, sabe…? rss

Em relação a realidade violenta que expressam, não seria o momento de fomentarmos uma discussão da “função” desta violência para humanidade na história como um todo e não com um recorte contemporâneo… num sei… Eu não sou um grande leitor, mas sou “novo umbandista” e na perspectiva “amoral” da qual começo a apreender desta cultura fica a questão… “Ai daquele”? Não quero tender ao naturalismos destas coisas e, quero dedicar minha vida para a construção coletiva e pacífica, mas enquanto uns não puderem fazê-lo… Será que nossas conjecturas teóricas são Forças mais providenciais e determionantes? Sei naum se fui claro? haha

o url que mando está em construção e pretendo que seja um espaço de arte, possibilitando intervenção em situações do real e do imaginário, não apenas virtula, em problemáticas humanas, inclusive a violência.

Samir Silva

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Prezado Samir,

Desculpe a demora em responder – época de férias, foi complicado trabalhar no blog.
Vc tem razão que a questão da violência é um tema que necessita ser debatido. Seu comentário aponta vários elementos importantes para a reflexão, como por exemplo, a diferença importante que há entre agressividade e violência;a produção de subjetividade num contexto de violência na contemporaneidade; o papel que a indústria cinematográfica exerce na produção dos jogos de verdade, etc. Assim, creio que você gostará bastante de ler um artigo de Jurandir Freire Costa, onde ele aborda questões como essas, especificamente em torno do filme Tropa de Elite. O título do artigo é: “O ano em que daremos férias à tropa de elite”, e vc poderá acessá-lo no endereço: http://jfreirecosta.sites.uol.com.br/
Sobre a URL que vc menciona, infelizmente não consegui acessar (aparece uma mensagem de erro).
Um abraço,
Mary


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