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JORNADA INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA EM TEOLOGIA E HUMANIDADES – JOINTH – III Seminário sobre Subjetivação Contemporânea e Religiosidade dezembro 15, 2011

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III Seminário sobre Subjetivação Contemporânea e Religiosidade

Realização: Grupo de Pesquisa: Religiosidade e Processos de Subjetivação (PUC-PR/UFPR)

Data: 15 e 16 de Março/2012

Local: Auditório Maria Montessori – 1º andar – Bloco CTCH – PUCPPR

Rua Imaculada Conceição, 1155. Prado Velho. Curitiba – PR

Envio de Comunicações para apresentação no Evento: jornadateopsico@gmail.com

Inscrições: www.pucpr.br/extensao

PROGRAMAÇÃO:

Dia 15/03/2012

13h30 – Credenciamento

14h00 – Conferência: Dra. Luciana Marques (UFRGS) – “Religiosidade e a Subjetivação do Adolescente

Debatedor: Prof. Dr. Marcio Fernandes (PUC)

16h00/18h30 – Apresentação de Trabalhos

19h00 – Conferência: Dr. Kevin Ladd (Indiana University South Bend) – “A Psicologia Social da Religião em diálogo com a Teologia: A pesquisa sobre oração

Debatedora: Profa. Dra. Mary R. G. Esperandio

Dia 16/03/2012

08h30 – 12h30 – Mesa Redonda: “Aplicação da Fenomenologia na Pesquisa em Psicologia e Ciências da Religião” – Prof.Dr.Adriano Holanda (UFPR), Profa.Dra. Joanneliese de Lucas Freitas (UFPR) e Prof. Dr.Márcio Fernandes (PUC/PR)

Moderadora: Profa. Dra. Clélia Peretti

Apresentação dos Convidados Externos:

Prof. Dr. Kevin Ladd

Psicólogo e Professor do Departamento de Psicologia da Indiana University South Bend (Indiana, Estados Unidos). Desde antes da conclusão do seu doutorado, há mais de 15 anos, já se interessava pelo tema da religiosidade. Ele tem investigado o comportamento religioso, mais especificamente sobre a prece. Em 2007 foi contemplado num edital da Templeton Fundation para desenvolver seus estudos sobre oração.

Em sua trajetória acadêmica, além do rigor acadêmico e do brilhantismo de suas contribuições, têm participado de forma engajada em associações como a International Association for the Psychology of Religion (IAPR) e da American Psychological Association (APA) onde desempenha funções administrativas na Divisão 36 nomeada Psychology of Religion and Spirituality.

Profa. Dra. Luciana Marques

Psicóloga, Mestre em Psicologia Social e da Personalidade, Doutora em Psicologia, com Pós-Doutorado em Psicologia pela UFRGS (2008). Professora Adjunta da Faculdade de Educação da UFRGS e coordenadora do NIETE – Núcleo Interdisciplinar de Estudos Transdisciplinares sobre Espiritualidade (PROREXT-UFRGS). Membro da International Association for the Psychology of Religion. Tem experiência em várias áreas, com ênfase em: Educação e Saúde, Psicologia, Religiosidade/Espiritualidade.
A Profa. Luciana estará coordenando a tradução, adaptação e validação da Escala de Oração do Prof. Kevin Ladd, para o contexto brasileiro.

INSCRIÇÃO DE TRABALHOS:

Para inscrever o seu trabalho no evento, você deve apresentar um resumo entre 250-300 palavras, constando: 1. Título, 2. Nome e Titulação do/s autor/es, 3. Instituição de afiliação, 4. Palavras-chave (entre 3 e 5). Os Resumos serão avaliados por uma Comissão Científica que julgará a pertinência e adequação de sua apresentação no evento, e devem ser enviados para: jornadateopsico@gmail.com. Os mesmos serão publicados nos Anais das Jornadas, na página própria do evento (com ISBN). É necessário fazer a inscrição de participação no evento, antes do envio do Resumo, acessando o link: https://wwws.pucpr.br/sistemas_s/pucpr/academico/InscricaoExtensao/index.php?eve=8754&ehinternacional=N&idioma=105

Valor do Investimento: R$ 10,00

II Seminário sobre Subjetivação Contemporânea e Religiosidade junho 21, 2010

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Nos dias 18 e 19 de junho aconteceu na PUCPR o II Seminário sobre Subjetivação Contemporânea e Religiosidade e a II Mostra de Expressões Visuais da Religiosidade Brasileira.

Dezesseis trabalhos foram apresentados neste evento. Segue abaixo, o resumo dos mesmos.

A Cartografia como metodo de pesquisa em Teologia

A Incidencia de Ideias Suicidas no Paciente Renal Cronico

Cartografia de Novas Figurações Religiosas – Santo Daime

Considerações sobre uma psicanalise da religião e a opinia…

Direçao Espiritual Catolica: Seu poder subjetivante e influência no desenvolvimento da espiritualidade feminina.

ICONOGRAFIA – A BELEZA COM A EXPERIENCIA DE DEUS.

Psiquiatria e Espiritismo no Atendimento à Doença Mental

Processos de Subjetivaçao dos Jovens Catolicos

Vulnerabilidades, estigmas, identidades e o cuidado com o …

Cartografias de Novas Figurações Religiosas – União do Veg…

FENOMENOLOGIA DA EXPERIENCIA RELIGIOSA E SAUDE MENTAL

O significado da religião para pacientes em cuidados palia…

COPING RELIGIOSO ESPIRITUAL EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS

EXPERIENCIA RELIGIOSA – UMA COMPREENSAO DO ENCONTRO COM O …

Cartografias de Novas Figurações Religiosas – Canção Nova

Logoterapia e o Sentido do Sofrimento: Convergências nas Dimensões Espiritual e Religiosa

II Seminário sobre Subjetivação Contemporânea e Religiosidade e II Mostra de Expressões Visuais da Religiosidade Brasileira junho 14, 2010

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Para fazer sua inscrição, acesse:

https://wwws.pucpr.br/sistemas_s/pucpr/academico/InscricaoExtensao/index.php?eve=6312&ehinternacional=N&idioma=105

I Seminário sobre Subjetivação Contemporânea e Religiosidade julho 4, 2009

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Acesse os resumos dos trabalhos apresentados no I Seminário sobre Subjetivação Contemporânea e Religiosidade e I Mostra de Expressões Visuais da Religiosidade Brasileira!

PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO CONTEMPORÃNEA DOS JOVENS CRISTÃOS Alexsander Cordeiro Lopes

CANÇÃO NOVA – UMA NOVA FORMA DE SER IGREJA NA PÓS MODERNIDADE – José Antônio Cunha

SUBJETIVAÇÃO CONTEMPORANEA, ARQUITETURA E RELIGIOSIDADE – O ESPAÇO ARQUITETONICO NA UNIÃO DO VEGETAL– Leonardo Gazzalle

A FORÇA DE ATRAÇÃO DO MOVIMENTO PENTECOSTAL SOBRE OS CATÓLICOS ENGAJADOS– Aracy Terezinha Martignoni

ESPIRITUALIDADE PARA A FORMAÇÃO DA VIDA CONSAGRADA EM TEMPOS PÓS MODERNOS – Madeline Pozzebon

A QUESTÃO DA SUBJETIVAÇÃO NA RELIGIOSIDADE PÓS MODERNA SEGUNDO MICHEL MAFFESOLI– Ivan Mizazuk

GENEALOGIA DO TRABALHO RELIGIOSO – ESTUDOS PRELIMINARES – Leandro Inácio leite

IGREJA DO SANTO DAIME – UM SINCRETISMO RELIGIOSO BRASILEIRO–  Jessé Luiz Cunha

RELIGIOSIDADE E ENFRENTAMENTO DA POSSIBILIDADE DE MORTE DE FAMILIARES EM UTI – Renate Vicente

BENZENDEIRAS, FÉ E CRENÇA – UM SANTO REMÉDIO – Documentário – Luis Gustavo do Nascimento

Exposição – LINKS CAMINHOS DE COMUNICAÇÃO COM O SAGRADO- Luiz Alberto Sousa Alves e Sérgio Rogério Azevedo Junqueira

Exposição – AS EXPRESSÕES DA ARTE SACRA E DA ARTE RELIGIOSA – O MURAL “LA HISTORIA DE LA SALVACIÓN”: UMA LEITURA FENOMENOLÓGICA – Márcio Luiz Fernández

Exposição -AS EXPRESSÕES DA ARTE SACRA E DA ARTE RELIGIOSA  – Iconografia – José Ricardo dos Santos

I MOSTRA DE EXPRESSÕES VISUAIS DA RELIGIOSIDADE BRASILEIRA

Mostra de Expressoes Visuais - 01

Mostra de Expressoes Visuais - 02

Expositores da Mostra - Jose e Leonardo

I Seminário sobre Subjetivação Contemporânea e Religiosidade – I Mostra de “Expressões Visuais da Religiosidade Brasileira” junho 11, 2009

Posted by psicologiadareligiao in Pesquisas em Psic. da Relig., produção de subjetividade, Religião e Sociedade, Seminários, subjetivação contemporânea.
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Participe do evento! Veja os detalhes da programação e forma de inscrição abaixo.

Inscreva seu trabalho!!

Instruções para inscrição de Apresentação de Comunicação e/ou Mostra:

Os resumos (tanto das comunicações como da Mostra) deverão conter até 10 linhas. Fonte estilo Times New Roman, tamanho 12. O editor de texto deverá ser o Microsoft Word ou compatível. Deverão conter, nesta ordem: título, nome do preponente, titulação, instituição de origem, a instituição financiadora da pesquisa desenvolvida. O arquivo deverá ser encaminhado para o e-mail: mresperandio@gmail.com

INSCRIÇÕES: https://wwws.pucpr.br/sistemas_s/pucpr/academico/InscricaoExtensao/index.php?eve=5270&ehinternacional=N

PROGRAMA:

Dia 03.07. 09 – Sexta feira

13:30 – 14:00 – Boas vindas e apresentações iniciais

14:00 – 15:00 – Palestra: Novas Figurações Religiosas e Subjetivação contemporânea – Profa. Mary R. G. Esperandio

15:00 – 17:20 –  Apresentação de Comunicações

Dia 04.07.09 – Sábado – Manhã

8:30 – 10:00 – Mesa Redonda: Figurações Religiosas e Processos de Subjetivação: Conversando sobre a Mostra Visual

Profa. Renate Vicente (PUC-PR), Prof. Adriano Holanda (UFPR)  e Marcio Fernandes (PUC/Studium Theologicum)

10:20 – 12:20 –  Apresentação de Comunicações

Dia 04.07.09 – Sábado – Tarde

14:00 – 15:30 – Conferência – “A coragem de Ser” como desafio à subjetividade contemporânea – Dom Glauco Soares de Lima

15:30 – 15:50 – Intervalo

15:50 – 17:00 – Debate sobre a conferência

17:00 – 17:20 – Encerramento

Cartaz I Seminario

Narcisismo contemporâneo e a produção social do comportamento adicto abril 1, 2008

Posted by psicologiadareligiao in narcisismo, produção de subjetividade, subjetivação contemporânea, Winnicott.
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Reproduzo aqui, uma reflexão de Contardo Calligaris, publicada na Folha de São Paulo – de 22.11.07. No texto, Calligaris chama a atenção para a produção contemporânea do comportamento adicto em suas mais diversas expressões: desde o consumo de objetos vários, às diferentes drogas alucinógenas. Na tentativa de supressão do sofrimento a qualquer custo, e frente ao desejo de completude absoluta, parece que “os objetos de consumo são a melhor escolha; sobre eles temos um controle absoluto”.

As drogas propriamente ditas oferecem algumas vantagens marginais: são baratas e, graças à crise de abstinência, garantem a ilusão de dominar perfeitamente a alternância de insatisfação e contentamento. Mas, na verdade, para Narciso no país das maravilhas, qualquer objeto de consumo serve.

Segue o texto completo de Caligaris.

Narciso no país das maravilhas

A maioria dos objetos são drogas: satisfazem um anseio parecido com o do toxicômano

ESSE É o subtítulo de um estudo publicado recentemente (2006) pela Routledge, “The Self Psychology of Addiction and its Treatment” (a psicologia-do-self da adicção e de seu tratamento). Os autores, Richard Ulman e Harry Paul, são psicanalistas (da psicologia do self, a escola de Heinz Kohut), terapeutas de toxicômanos e eles mesmos drogadictos em remissão.
O estudo, embora estritamente clínico, propõe uma visão da toxicomania que, ao meu ver, vale como interpretação geral da modernidade. Explico.
Na laboriosa tentativa de encontrar um lugar no mundo, cada um de nós se alimenta de duas fontes: 1) as aspirações, as normas e os brasões transmitidos por nossos ascendentes, coisas que podem nos dar a sensação de que temos uma missão na vida; 2) o amor, mais ou menos incondicional, que nos acolhe e agasalha nos primórdios de nossa existência permitindo, aliás, que ela vingue.
Em suma: legados paternos e cuidados maternos (é óbvio que qualquer um pode fazer função de pai ou de mãe).
Ora, na modernidade, bebemos sobretudo na segunda fonte. Por isso, somos todos narcisos, ou seja, mais preocupados em sermos gostados, amados e admirados pelos outros do que com deveres e princípios.
Problema: em geral, o modelo do amor graças ao qual seríamos “alguém” (que sempre significa “alguém muito especial”) é o momento em que, pendurados ao peito materno, ou melhor, com a mãe pendurada aos nossos lábios, estaríamos ao centro de um mundo controlado por nós: basta chamar, chorar etc. para que ela apareça e nos faça felizes.
Logicamente, com esse sonho narcisista encravado no nosso âmago, torna-se difícil lidar com separações, frustrações etc. E, infelizmente, o mundo é um pouco mais cruel do que a mãe-padrão e sempre muito mais cruel do que a mãe mítica e escrava que gostaríamos de ter tido.
Como aprendemos a encarar perdas, danos e fracassos?
Quem lia as tiras de Charlie Brown, de Charles Schultz, deve se lembrar do cobertor que Linus carregava sempre consigo: quando as coisas não iam bem, ele agarrava o cobertor e chupava o dedo; era seu jeito de reencontrar, momentaneamente, a felicidade perdida. O cobertor de Linus é um exemplo perfeito do que D. W. Winnicott, um grande psicanalista, chamou de “objetos transicionais”: são objetos inanimados, mas que representam um amor do qual não conseguimos ainda nos separar.
Eles funcionam como o lápis entre os dentes do fumante que quer parar de fumar: não substitui o cigarro, mas, na luta para deixar o vício, oferece conforto nas crises de abstinência. Ou como a mamadeira da noite quando o desmame acabou há tempos, mas ainda bate, digamos assim, uma “nostalgia amorosa”.
À força de brincar com cobertores e chupetas, a gente deveria aprender a 1) dispensar cobertores e chupetas,
2) lidar com a precariedade da presença e do amor dos outros. Mas não é tão simples assim, até porque, nessa tarefa, o mundo não nos ajuda. Narciso vive no país das maravilhas, diante de uma imensa vitrina de objetos que nos prometem o seguinte: ao alcançá-los, ganharemos o amor, a admiração e (por que não) a inveja de todos. E alcançá-los é fácil -basta comprar: chocolate, relógios, charutos ou pacotes de férias.
Quem precisa de amores incertos com pessoas de verdade ou de objetos “transicionais” que as representem? Os objetos do consumo são a melhor escolha; sobre eles temos um controle absoluto.
As drogas propriamente ditas oferecem algumas vantagens marginais: são baratas e, graças à crise de abstinência, garantem a ilusão de dominar perfeitamente a alternância de insatisfação e contentamento. Mas, na verdade, para Narciso no país das maravilhas, qualquer objeto de consumo serve.
Poderia ser o melhor dos mundos, se não fosse por dois detalhes. 1) Se hesito entre um carro e uma amizade ou um amor, é bem provável que minha experiência afetiva seja miserável; 2) se espero a felicidade dos objetos, desaprendo a agir e a desejar. No próximo domingo é a primeira fase da Fuvest, e passei o ano dormindo no cursinho? Não é o caso de me desesperar, vou para o shopping comprar um sapato simplesmente “divino”.
Agora, falando sério, por que se opor à liberação das drogas? Afinal, a maioria dos objetos em venda livre satisfaz, no fundo, um anseio parecido com o do toxicômano. Relaxe e goze…

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2211200725.htm

 

Suicídio e Literatura – O Mito de Sísifo (Camus) março 2, 2008

Posted by psicologiadareligiao in sacrifício, sofrimento, subjetivação contemporânea, suicídio.
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Sisifo

(Imagem capturada do site: http://pt.muestrarios.org/b/a-preciso-imaginar-sasifo-feliz.html)

Os deuses condenaram Sísifo a empurrar incessantemente uma rocha até o alto de uma montanha, de onde tornava a cair por seu próprio peso. Pensaram, com certa razão, que não há castigo mais terrível que o trabalho inútil e sem esperança. Se dermos crédito a Homero, Sísifo era o mais sábio e prudente dos mortais. Mas, segundo uma outra tradição, ele tendia para o ofício de bandido. Não vejo contradição nisso. As opiniões diferem sobre os motivos que o levaram a ser o trabalhador inútil dos infernos” ( Albert Camus).

Suicídio ou Sacrifício?

Duas situações nos dão o que pensar quando colocadas em paralelo:

Nos EUA – Uma situação que tem se repetido com uma freqüência assustadoramente maior: um indivíduo armado entra numa Universidade ou num lugar qualquer, dispara contra várias pessoas desconhecidas matando-as. Em seguida, tira a própria vida.

No Oriente Médio – A emergência da figura dos “homens-bomba” (mas também das “mulheres-bomba”) causa surpresa para nós ocidentais que temos dificuldades para compreender a prática de entregar a própria vida num ato de destruição de si e do outro.

Qual a diferença entre estas duas situações?

A partir de um olhar superficial, sem muita reflexão, arrisco-me a pensar que se trata de dois modos distintos de subjetivação. Dois modos de existência que se configuram sobre o “chão” de uma pergunta motivadora do existir e do morrer: “qual o sentido da vida e da morte?” Enquanto a primeira situação descrita parece configurar-se em cima de um nihilismo existencial onde nada vale coisa nenhuma, nem minha vida nem a do outro, nada na vida (nem na morte) tem sentido, e viver e/ou morrer é a mesma coisa e por isso, numa crise de ódio contra a vida posso destruir a mim e ao outro, na segunda situação, intuo que a razão motivadora para tal prática se distingue significativamente.

Na segunda, o sentido religioso dá o tom da ação. Decide-se viver e/ou morrer por motivos com-sentido. O viver é construído com base no sentido (político-religioso) que permeia as escolhas e delineia uma estética da vida (e da morte). Morre-se, ou entrega-se a vida, pelas mesmas razões que permitem alguém continuar vivendo. O gozo de “destruir se destruindo” parte de motivações distintas nas situações apresentadas.
O Mito de Sísifo, de Albert Camus, aborda a problemática do suicídio como saída que o ser humano inventa para a situação absurda que se encontra. O filósofo tcheco VILÉM FLUSSER, ao analisar a obra de Camus, em artigo publicado na Folha de São Paulo, no Caderno Mais, de 02.03.08, afirma que a humanidade do século 20 “se afastou tão extremamente da fé numa realidade transcendental que está pronta a se precipitar no abismo físico do suicídio coletivo ou no abismo metafísico de uma nova fé em Deus”. Flusser finaliza seu artigo colocando em questão a ética da existencialidade hoje, e pergunta-se sobre as saídas para a “vida absurda” que o ser humano tem construído para si.

O artigo de Vilém Flusser pode ser acessado aqui: O Mito de Sísifo – de Camus

Acesse também: O suicídio-espetáculo na sociedade do espetáculo.

Post relacionado: Considerações acerca do Suicídio – “O suicídio em tempos pós-modernos”.

Considerações acerca do Suicídio – “O Suicídio em tempos Pós-Modernos” fevereiro 28, 2008

Posted by psicologiadareligiao in Pós-Modernidade, Religião e Suicídio, subjetivação contemporânea, suicídio.
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Posted by Thaísa Vilhena Silva

(Imagem capturada do site: http://www.spectrumgothic.com.br/gothic/suicidio.htm)

O suicídio quebra a ordem natural da vida. Parece estar presente desde os primórdios e foi recebendo ao longo dos tempos, diversos significados, o que variou também de cultura para cultura.

Atualmente, tem se verificado um aumento no índice de suicídio, o que pode ser justificado através de diversas teorias.

O texto disponibilizado abaixo tem como eixo de discussão as novas formas de viver do ser humano, moldadas pela pós-modernidade. Assim, ele vem descrever um novo sujeito, frágil, desestabilizado, sem rumo, que busca a droga, o remédio, o consumo e o suicídio como saídas para o seu sentimento de desamparo.

Acesse o texto: “Considerações sobre o suicídio em tempos pós-modernos”

(Este post é o primeiro de uma série voltada ao tema do Suicídio. Abrimos a discussão com o artigo da psicóloga Thaísa Vilhena Silva – a mais nova colaboradora do blog).